O Facebook da loja anuncia a contagem final para os saldos. Ainda falta um mês, mais coisa menos coisa, mas contagem final dá ideia de muito bons preços. Na montra, há papéis com a palavra saldos em todo o lado e quase posso garantir que vi um a dizer "até 70%". Não procuro nada em particular, mas entro seduzida pelo marketing. Encontro uma peça a menos de 20 euros (20 euros era, aliás, o preço inicial), o que nem é mau, tendo em conta a loja que é, as marcas que vende e os respetivos preços. A funcionária aparece ao meu lado sorridente, contente até. Diz-me "hoje estamos com uma promoção de 30% em tudo". Eu fico uns segundos a pensar: Mais 30% sobre os preços de saldo marcados ou o que está marcado já são os 30%? A primeira opção até seria lógica, pelo entusiasmo da funcionária e pela informação dada verbalmente quando já havia papéis a falar de saldos em todo o lado, mas pareceu-me demasiado boa para ser verdade. Perguntei. Confirmou-se. Era 30% em tudo. Grande coisa, quando se fala em 50 e 70% e contagem final... 30% não é nada em peças que custam um balúrdio. Ficam apenas a custar um balúrdio mais pequenino. Só compra quem quer, claro. Mas se perdi o meu impulso e/ou poder de compra para pagar acima de determinado valor, acho que também desapareceram as minhas paixões à primeira vista que até se revelam amores duradouros. Uma coisa há-de estar relacionada com a outra. Mas, sobretudo nos saldos, fico pasmada com o preço da roupa. O que fazem ao que não vendem? Tentam vender na estação seguinte como se fosse novo (sim, tentam, há artigos que me ficam no olho e sei que o fazem)? Mas e se não vendem? E se nunca vendem? Será que vendem sempre, que há sempre alguém que compra. Sempre que entro em lojas em saldos onde já está tudo amontoado ou onde os preços continuam significativamente altos fico com a certeza de que a roupa e o calçado estão estupidamente caros e com a dúvida sobre o destino do que não se vende.
Umas botas de 180 euros, mais coisa menos coisa, por 70 euros, são um bom negócio? Aparentemente sim. Mas, caramba, continuam a ser 70 euros. Prefiro (ou não tenho outra hipótese que não seja) dar 20 por algo que custava 69 e que vou ter de aprender a gostar do que aterrar de cabeça numa das tais paixões. Podia juntar vários 20 euros e comprava melhor? Podia. Mas não preciso apenas das botas, tenho uma criança que cresce muito e faz-lhe falta roupa nova todas as estações. De toda a forma, acho quase escandaloso que algo custe tanto dinheiro. E os horários? Passo por lá às 13h e está fechada, às 13h30 está fechada, às 14h fechada, às 14h30 fechada. Já estou a falar de outra loja do Porto e as passagens foram em dias diferentes. Numa zona de comércio e serviços, onde muita gente aproveita a hora de almoço para ir às compras, não consigo compreender estas novas lojas onde está afixado um horário contínuo que não é cumprido. Nem que elas não entendam o lucro que podiam ter se estivessem abertas, sobretudo quando estão mesmo ao lado dos restaurantes onde vai almoçar quem trabalha por perto. Também não gostos das mais antigas, que assumidamente fecham para almoço. Mas nestas, pelo menos, sabemos com o que podemos contar. Nas outras é uma questão de sorte.
Passaram os saldos e nada comprei....e olha que existe uma loja na baixa com uns vestidos lindos e eu resisti..
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