Uma folha em branco

Uma casa nova é sempre uma emoção, um potencial, é começar de novo, é uma folha em branco para escrevermos o que quisermos. Uma folha em branco é sempre uma folha em branco, mesmo que já tenha uns anos e esteja um nadinha amarrotada. Quando nos mudamos para uma casa arrendada é um bocadinho assim, mas esticamos a folha até ficar outra vez direitinha e colocamos lá o que bem nos apetecer. 

Neste momento, a folha em branco está a abarrotar de caixotes e coisas que precisam de ser arrumadas. A minha cabeça não para de organizar virtualmente tudo o que se lembra de ter transportado, ao mesmo tempo que distribui móveis que ainda não saíram da casa antiga e vai ao Ikea comprar utensílios diversos (estou oficialmente obcecada nos cestinhos com ventosas para colocar na casa de banho) para otimizar a funcionalidade da casa. 

Mudar de casa é uma trabalheira, mas também é uma emoção, um friozinho na espinha, um risinho nervoso. A partir de amanhã, vou ficar tão cansada de carregar caixotes e fazer arrumações que vou maldizer a mudança vezes sem conta. Mas continuarei a carregar, motivada por uma cozinha extraordinariamente funcional onde todos poderemos estar sem pedir licença para dar um passo. A cozinha não tem nada de extraordinário, apenas é mais larga do que a atual e eu espero conseguir fazer uma arrumação espetacular para tornar a nossa vida culinária muito mais simples. 

É isto que é bom numa folha em branco ou numa casa nova: daqui a um mês até posso concluir que está tudo no lugar errado, mas nada me tira a confiança na possibilidade de colocar tudo no sítio certo. 

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