Ansiedade, fantasmas e amor


"Amarem-me é amarem uma casa assombrada. É giro visitá-la uma vez por ano, mas ninguém quer viver lá".

"Amas-me como a família que percorre a terra do Terror de mãos dadas. Não és estúpido, ou descuidado, ou corajoso. Simplesmente nunca viste de perto uma assombração".

"Querido, este amor não me vai curar, ou conseguir raspar o sangue dos rodapés, mas com ele vais conseguir acender todas as luzes (...) E quando dizes ao fantasma: Se vais ficar, o melhor é arranjares espaço..." 

Foi este artigo, no Expresso, que me alertou para este vídeo. Falava (o artigo do Expresso), sobre ansiedade, sobre como este medo difícil de explicar pode significar viver numa casa assombrada, e sobre a forma como a descreveu Brenna Twohy na audiência do 2015 National Poetry Slam, em Portland.

Ver o vídeo foi de ficar sem ar. Como Brenna Twohy quase fica durante a intervenção, antes de parar, respirar e continuar. Como tantos de nós, com ou sem ansiedade crónica, temos de fazer durante a vida. 

A intervenção serve para "despertar uma maior consciência para o sofrimento que a ansiedade crónica acarreta ao dia a dia de tantos de nós que vivem dentro da tal casa assombrada", como refere Paula Cosme Pinto no Expresso. 

Mas este discurso serve também - e foi isso o que mais me emocionou - para fazer uma das mais bonitas declarações de amor que já ouvi. Ou uma das mais belas formas de explicar como amar alguém que vive com fantasmas que não quer ter. 


2 comentários:

  1. Pena que o artigo seja tão pobre... e demonstre tanta falta de conhecimento sobre um assunto tão sério e sobre o qual se decidiu escrever.
    Já o vídeo é isso mesmo, é a falta de ar que nos provoca e sentir ao mesmo tempo que ela o que se sente e o quando se sofre, quando se "vive numa casa assim".

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    1. O artigo não teve pretensões de ser rico. O artigo quis apenas mostrar o vídeo, precisamente por ser tão bom, precisamente porque o achei tão bom. E, para achar o vídeo bom, para sentir, tal como a Alexandra sentiu, "o que se se sente e o quanto se sofre quando se vive numa casa assim", é preciso saber alguma coisa sobre o assunto, não acha? Se não soubesse nada sobre o assunto não teria percebido o que a Brenna Twohy quis dizer, nem sequer me tinha interessado sobre o vídeo. Pretensão é o que mais há na internet . toda a gente sabe e fala sobre tudo. Neste post, eu limitei-me a mostrar alguém que se conseguiu explicar sobre o assunto muito melhor do que alguma vez vi. Quando quiser mostrar o meu conhecimento sobre o assunto escrevo outro texto.

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