Saldos, excessos e o estilo da Inês






Ela resolveu destralhar-se e viver com menos coisas. Eu aproveitei a boleia e juntei-me ao Ó Bai-me à Benda (agora também no Facebook). Gostava de saber quanto já juntei a "bender" roupa e acessórios que já não uso ou que nunca usei, mas não consigo. Sou má para contas e não tenho mesmo jeito nenhum para contas de merceeiro (tudo anotadinho, registado, risca ali, acrescenta acolá, nada de folhas deitadas ao lixo para que a memória perdure). Não consigo, sobretudo, porque o dinheiro que entra é o dinheiro que sai. O ordenado não chega. Mesmo. E o que vendo vai dando para ajudar a pagar algumas despesas.

Mas o que me assusta mesmo, neste processo de destralhar, é que quanto mais remexo no armário mais encontro coisas que podiam perfeitamente não estar ali, coisas de que até gosto mas que não uso, sabe-se lá porquê... Talvez porque, com aquelas peças, nunca acertei na combinação certa e precisava de um dia de veste e despe em frente ao espelho para, de manhã, não perder o tempo que não tenho a vestir-me de forma decente. Quanto mais peças fotografo e coloco no blogue, mais peças me aparece. Parece que nascem. E fico a pensar na estupidez que foi ter comprado aquilo tudo. Que durante as férias vivo perfeitamente bem com dois vestidos, umas leggins, um casaco e umas calças para a eventualidade de uns dias mais frios (e o segundo vestido também é de reserva). 

Sendo assim, de onde vem esta necessidade de nos vestirmos todos os dias de forma diferente para ir trabalhar? Vaidade? Se formos sinceras talvez não seja mais do que isso. E aqui tenho de fazer um grande mea culpa, porque acumulei roupa e mais roupa ao longo dos anos, ou porque engordava, ou porque emagrecia, e agora não sei que lhe faça - a crise não está a permitir escoar o produto ao ritmo desejado, apesar dos saldos bem apetecíveis, como se pode ver aqui e aqui. Também acumulei  sapatos, quase todos bem giros, mas depois da gravidez e do nascimento do meu filho o meu pé não voltou a ser o mesmo. Quanto às carteiras, bem, não tenho desculpa - continuo em busca de uma que seja ideal e pelo caminho fui acumulando demasiadas.

Noutro dia uma querida amiga (que por acaso faz anos hoje) disse-me que vivia rodeada de Imeldas Marcos e eu fiquei a pensar nisso. Em parte porque um dos motivos que me levou a acumular tanta coisa foi ter-me avaliado, durante muito tempo, como uma sem estilo. E porque desde que a conheço sempre quis ter pelo menos metade do estilo dela.  

3 comentários:

  1. às vezes fico cheia de inveja por não ter esses roupeiro cheios, dezenas de sapatos e calças que dão para cada dia do mês, mas depois de ler este post fico bastante satisfeita comigo. também nunca ando vestida como deve ser, pareço uma pelintra, visto quase sempre. No que diz respeito a compras, compro só quando não tenho ou já não está em condições,quanto a sapatos, como tenho pés de princesa e um trabalho em que tenho mesmo de andar confortável, estes dois factores limitam a minha escolha. se tenho estilo, não, sou só eu :)

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  2. Olha, aqui a "estilosa" ontem ficou bem invejosa das tuas calças ;) Estás uma elegância!
    Inês

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  3. Se és só tu tens certamente todo o estilo do mundo, Ana Vento. Na minha opinião, nestas coisas do estilo o melhor é sermos nós próprias. Por isso é que - esta parte não escrevi - só passei a ter "estilo" quando deixei de tentar "copiar" ou invejar o dos outros (o das outras) e passei a ser eu mesma. Quanto à elegância, a tua não é menor do que a minha, menina inês, mas obrigada pelo elogio :)

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