Seis coisas que odeio quando vou às compras

Gosto de fazer compras e já não as faço tanto como gostaria, mas há coisas que cada vez mais me irritam:

* Peças sem preços marcados. Ou a loja é "à moda antiga" e alguém me acompanha durante todo o processo de compra para me ir informando sobre os preços, com paciência para repeti-los de cada vez que pergunto (coisa rara nos tempos que correm mas que cada vez mais me agrada) ou então tenho de passar a vida a interromper a funcionária que, ora atende outros clientes, ora conversa com alguém como se não houvesse mundo para lá do assunto quotidiano que estão a abordar,  para interromper e perguntar "quanto custa". No fim já me perdi, largo tudo e venho embora.

* Promoções assinaladas de forma dúbia. Num charriot escreve-se "a partir de 9 euros", dá-se a volta às peças e encontra-se uma peça de que se gosta. Dá-se o caso de confirmar, procurando a etiqueta. Mais de 15 euros. Se eu quisesse peças a partir de 15 euros ia procurar noutro sítio. Calculo que a intenção seja a pessoa chegar à caixa a pensar nos 9 euros e, já que experimentou, gostou e decidiu levar, pagar os 15 ou o que for. 

* Falta de assistência nos vestiários. Posso até levar, à cautela, dois tamanhos da mesma peça e ainda assim errar ou ficar indecisa. Se abro a cortina do vestiário e não está lá ninguém que possa (ou com disponibilidade para)  aconselhar-me sobre o tamanho adequado na maior parte das vezes desisto. O mesmo faço quando preciso de outro tamanho e não há ninguém à vista a quem pedir. Se tenho de vestir a roupa toda outra vez para ir pedir, mais vale ir lá eu.

* Lojas demasiado quentes. É certo que quando está frio as lojas têm de estar quentinhas para que se possa experimentar roupa, mas às vezes estão tão quentes que se torna insuportável experimentar o que quer que seja. Por vezes, torna-se até impossível escolher: é preciso tirar o casaco, o cachecol e ir acumulando nos braços o que se quer escolher e então o calor junta-se ao peso daquilo tudo e a vontade de experimentar fica reduzida a quase zero. Quando se vai acompanhado, pior ainda: quem nos acompanha começa a achar também o calor insuportável e fica sem paciência para ajudar. Também acontece por vezes estarem demasiado frias, como que a convidar à compra de roupa quente quando ainda não é tempo disso. 

* Funcionários desinteressados e/contrariados. Tem este modelo de camisola noutra cor? "Acho que não, já procurou?". Ora, se não tivesse procurado sem encontrar não estava a perguntar, não era?! Estes collants são de cinta descida? "Hum... Pode usar das duas formas, se puxar mais fica com cinta subida, se deixar descair fica mais descida". Ai é, então ficam aí. Não tem o tamanho 'y'? "Só tenho o que está exposto".

* Funcionários que resmungam. Sim, já me aconteceu entrar numa loja de sapatos, ser super mal atendida pelo funcionário de serviço, sempre contrariado quando questionado sobre tamanhos e quando obrigado a ir ao armazém localizar o que lhe peço, após insistência minha, e, no momento em que agradeço mas explico que não vou levar nada, deixando para trás (no caso concreto) os dois modelos de sapatos que experimentei, ouvir um comentário quase sussurrado (mas não o suficiente para não o ouvir" do género "ainda por cima deixa tudo espalhado". Ora, desculpe lá, mas eu agora tenho de arrumar a loja, quando ainda por cima o que experimentei veio do armazém? É certo que as pessoas às vezes abusam, experimentam por experimentar toneladas de roupa, mas às vezes acontece andarem de facto à procura de algo que não encontram. E, nesses casos, garanto que não é com satisfação que a pessoa abandona sem nada levar pelo menos uma das coisas que experimentou. Acresce que, quando forem os clientes a ter de arrumar as lojas, provavelmente estaremos na fase em que deixará de haver empregados e o pagamento é feito através pelo comprador num sistema computorizado qualquer que até consegue retirar sozinho os alarmes das peças.

Ainda assim, mantenho-me bastante renitente em relação às compras online, porque tenho medo de não gostar de me ver com a peça que, à distância, parece mesmo gira e perfeita para mim mas que ali pertinho não é nada do que eu esperava. E a prova de que os receios têm fundamentos é que já me aconteceu encontrar numa loja a tal peça que andava a namorar online, vesti-la e perceber que não, não é bem a mesma coisa... 




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