Mãe Mãe Mãe Mãe Mãe Mãe Mãe Mãe Mãe


O meu filho diz mãe como quem respira, ou seja, está sempre a chamar por mim. E é uma tortura. "Mãe". Sim. "Sabes que bla bla bla". Ok, agora vou à casa de banho. Viro costas e "Mãe!". O que foi? "Quero uma bolacha". Sim senhor, toma. "Mãe". Diz. "Huuumm". O que é? "Mãe". Sim, diz, o que se passa. "Mãe". Agora vou fazer o jantar. "Mãe". Despe-te para tomares banho. "Mãe". A minha sempre me disse no início que o pior estava para vir. Eu feita zombie a dar de mamar de duas em duas horas, ele a chorar o tempo todo, muitas cólicas, ela a dizer que o pior era depois, com as birras e ele sempre a chamar por mim. Lembro-me vagamente do meu irmão chamar muito pela minha mãe, mas não tantas vezes.  Mãe, mãe, mãe. Parece tortura. A palavra fica a ecoar-me nos ouvidos o dia todo como as músicas mais parvas que se possa imaginar (que são as que mais se colam ao ouvido). E depois estou com ele e "Mãe, mãe, mãe" (já para não falar que anda atrás de mim para todo o lado o que ainda não motivou um acidente por mero acaso - entro no quarto para pousar um casaco, dou a volta para sair e está ele a entrar; entro na marquise para pôr roupa na máquina, meia volta e está ele à minha frente, vou à cozinha buscar pratos e talheres, estou a sair e ele a entrar, parece cola). 

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