Super woman nº 38 super slim fit

Estou a usar umas calças nº 38 super slim fit, daquele modelo mesmo mesmo justo que me levaria a trazer o 40 por achar que me ficavam apertadas e realçavam as ancas e as pernas. Mas a menina que me atendeu disse que era aquele o número e eu convenci-me porque tenho cometido o mesmo erro vezes sem conta e uns dias depois tenho umas calças largas, em vez de umas calças justas como elas deviam ser. 

No modelo de calças normais vou no 37, só não é um 36 porque já não havia. É um sonho tornado realidade. Pode parecer parvo e fútil, mas nunca pensei usar este tamanho. E também não fiz nada para isso. Para ser mais exata: precisamente quando não fiz nada para isso é que consegui aquilo por que andei a lutar anos da minha adolescência e juventude. 

Por isso é que ter 35 anos é bom. Muito bom. Sim, tenho algumas rugas e algumas brancas, o meu cabelo está mais fino e até o castanho ficou mais claro. Não tenho tempo ou dinheiro para ir ao cabeleireiro, estou a trabalhar à noite e ando mais desgrenhada do que nunca. Mas visto quase o 36 e isso é coisa que nunca me lembro de ter usado, o que significa que apenas foi o meu número enquanto vesti roupa de criança (e é preciso dizer que passei para os tamanhos de adultos muito cedo, não sei ao certo a idade, mas talvez aos 10, 11 anos). 

Continuo a não conseguir dizer que estou magra, porque não estou. Apenas vou ao ponto de admitir que estou bastante mais magra. Esta coisa de ser gorda uma vida inteira cola-se às entranhas mais profundas da nossa personalidade. Olho-me ao espelho e não vejo uma pessoa magra. Vejo-me a mim, mais magra, mas não magra. Seja como for, embora mais leve e mais fraca, sinto-me uma super-woman nestas super slim fit. 

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