Geometria e assimetrias nas jóias de Ana Pina









Antes era a ilustração. Agora também é a joalharia contemporânea. A Ana Pina surpreendeu-me há dias com uns anéis feitos por ela que me levaram a perder uns quantos minutos de contemplação e quase me fizeram perder a cabeça, não fosse a réstia de consciência que me levou a fugir deles para não os levar a todos. 

Fiquei surpreendida e tinha razões para isso: a joalharia apareceu recentemente na vida da arquiteta, que terminou em julho o curso de joalharia contemporânea na Escola Engenho e Arte. Foi ali que desenvolveu novas aptidões criativas e técnicas que lhe permitem estar já a lançar as minhas primeiras coleções nesta área. Eu não diria que se trata de uma primeira coleção. 

Estas primeiras peças dividem-se em linhas que considero quase opostas mas igualmente geniais. É certo que em todas encontro as relações geométricas e as peças assimétricas que a Ana Pina diz que a influenciam. Mas se não soubesse, diria que as peças foram feitas por pessoas diferentes. O facto de terem uma autora comum , num tão curto espaço de tempo, só pode deixar-me mais espantada: várias coleções, conceitos distintos, desde julho até agora. É de mulher!

"Sempre fui grande consumidora de bijuteria e a dada altura decidi inventar um hobby e começar a criar eu própria algumas peças. Depois de algum tempo a brincar com contas, senti vontade de evoluir e aprender mais. Terminei em Julho o curso de joalharia contemporânea na Escola Engenho e Arte, onde desenvolvi novas aptidões criativas e técnicas e estou agora a lançar as minhas primeiras coleções nesta área", explicou Ana Pina à Divine Shape.

Inspirando-se também na cor, na natureza dos materiais, nos contrastes e texturas, a designer cria peças únicas ou em séries limitadas, aliando técnicas tradicionais de joalharia a conceitos contemporâneos de design, "em busca de um estilo moderno e feminino".

Nascida em 1980, no Porto, Ana Pina considera ter uma parte de si com os pés bem assentes na terra e outra a ansiar ter asas para voar. Quando era pequena sempre preferi desenhar com lápis de cor do que de brincar com legos, mas acabou por estudar Arquitetura. Depois de trabalhar alguns anos na área, quis ouvir a sua voz interior e seguir um percurso mais criativo, dividida entre a ilustração e a joalharia contemporânea.

O desenho é uma paixão antiga e está presente no trabalho de Ana Pina desde sempre, não só através da criação de originais, mas também da constante descoberta de novas aplicações e produtos ilustrados.

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