OUT OF MY BOX: 2011

Não acredites sempre na bondade das pessoas e não te zangues com isso, não te desiludas, não te sintas traída, é mesmo assim, tens de aprender a jogar o jogo. Saber que há traições, pessoas que não contam tudo, que escondem, que jogam, manipulam, lutam pela sua vida, não pela tua. Lembras-te quando os teus avós te diziam que, no tempo deles, um pedaço de carne tinha de dar para muitos? Se calhar não andamos muito longe disso. Vais ter de mudar, todos vamos ter de mudar. Aprende que, apesar de tudo o que te desiludiu, é possível continuar, voltar a erguer a cabeça e a sorrir. E rir. Gargalhar. E trabalhar com o mesmo empenho ou vontade redobrada. E entrar em novos projetos, e ter gente que gosta deles e te apoia. Mas não acredites que quando tudo está mal não pode piorar.  Depois melhora, resolve-se, mas antes disso pode piorar. Só a morte não tem remédio. Lembra-te do sorriso, da ironia fina e divertida, do conselho de que não se rouba, da vontade de viver e conviver numa mesa farta, da bondade e simplicidade. Não lembres que estiveste quase na morgue, não lembres o corpo, o cheiro a flores, o preto que veio depois, as cabeças complicadas e perdidas com a perda. Tiveste sempre uma pessoa ao teu lado, para te ajudar, nos bons e maus momentos, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza. Aprende que isso vale ouro. Alegra-te com os passos que vêem aí, com este primeiro dia do resto das nossas vidas. E fica a saber que o teu filho aprendeu a dizer amo-te. 

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