Perdidos

Não, nas mudanças não aparecem todas as coisas que não sabemos onde estão. A mim, desaparecem-me coisas. Depois da antepenúltima mudança, nunca mais vi um tabuleiro azul, redondo, giríssimo, que me tinham oferecido. Por altura da penúltima mudança, sumiu-se um relógio lindo, azul petróleo, que eu adorava. Nunca mais o vi. Desta vez estou confusa, porque parte das coisas que tinha na casa antiga foram encaminhadas para casa da minha mãe. É por isso que não sei se o que não apareceu se perdeu ou se está em casa dela. Uma coisa essencial anda desaparecida desde setembro, altura em que tive de renovar o cartão de cidadão: o senhor do registo disse-me para guardar as senhas bem guardadas e deitar fora as anteriores; eu, que não sabia onde tinha as anteriores, encontrei-as e não me lembro onde coloquei as que guardei de forma a não conseguir perder. Pois, as senhas do cartão de cidadão são importantes para alterar a morada, que é coisa que agora preciso de fazer. Ah, e se não souberem da senha atual, não deixem o senhor do registo tratar do procedimento todo como se soubesse, à espera de conseguir evitar que ele mencione a necessidade da senha. Foi o que eu fiz e gastei três euros desnecessariamente. Vou ter mesmo de tirar outro cartão. Ou isso ou desarrumo tudo o que andei a arrumar para tentar encontrar o raio do papel.   

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