Os Papeludos e o sorriso do sr. António



















Foi a partir dos 65 anos que se pôs mais novo, mais sorridente, um verdadeiro artista. Nos olhos o brilho de um jovem, não de um reformado que renasceu artesão. São olhos que sorriem, como se transpirasse orgulho e em cada raio de sol, nevoeiro, brisa ou 'karaoke' minhoto encontrasse inspiração. Depois de uma visita a uma feira de artesanato onde a neta mais velha aprendeu a fazer um boneco de pasta de papel, ele também aprendeu a fazê-los. E nunca mais parou. Os cabeçudos, figuras típicas de Viana do Castelo e do Minho que lhe está no sangue foram o tiro de partida para António Costa iniciar as suas criações. Chamou-lhes Papeludos, porque são cabeçudos feitos em papel. 

Criou uma marca, uma identidade, incluiu na lista de bonecos jogadores de futebol, palhaços, Nossas Senhoras, Zés Povinhos, até Rucas e Noddys. Vai às feiras, tens não sei quantos cabeçudos espalhados pelas monstras de Viana durante as festas de Nossa Senhora da Agonia, anda por aí a espalhar o Minho e o sorriso.

Parece o projeto eco-sustentável de um jovem super em cima das tendências de hoje e de amanhã, que arregassou as mangas e se fez à vida. E no fundo é, mas este jovem tem sessenta e muitos e não parece nada, é dono de uma leveza e engenho invejáveis e um enorme exemplo do que pode ser reinventar-se, seja com que idade for porque ele é a prova de que isso não interessa nada.

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