Magra, eu?

Usar um colar cervical é uma grande porcaria, para não dizer pior, mas por causa disso descobri que tenho um pescoço tamanho XS, e isso agrada-me. Tanto ou mais do que me dizerem, como disseram hoje, que sou magra. Ah ah ah ah... Ela, que me disse, "és magra", viu no rosto a minha reação de espanto e perguntou "achas que és gorda?". Bem, quer dizer, gorda não, mas também não sou magra. Não alongamos muito o tema, porque seria tema para muitas horas de conversa e havia crianças por perto (não que elas não pudessem ouvir, nós é que não conseguiriamos levar o assunto até ao fim), mas duvido que algum dia me ache magra. Estou mais magra, não estou magra, é o que eu acho sempre. Como se fosse uma alcoólica ou toxicodependente em recuperação.
 
É tramado, isto de ter vivido quase uma vida inteira fora das medidas "convencionais". Depois chego lá e continuo a pensar que ainda não cheguei. Mesmo que umas calças que comprei há um mês já me estejam largas. Mesmo que a roupa mais pequena que alguma vez comprei me tenha voltado a servir com folga. O espelho não mostra o que somos, só mostra o que queremos. O que é uma pena, porque às vezes (no peso e noutras coisas mais importantes) somos muito melhores do que o que vemos no espelho e do que pensamos.
 
Portanto, vou dizer, sem o receio parvo de parecer presunçosa: sou boa, tenho estilo e ninguém me apanha! (Este entusiasmo vai durar pouco. Meia hora, se tanto, mas uma gaja com colar cervical e muitas dores de costas tem de ter direito a estas coisas).

2 comentários:

  1. Acabei de ler este teu post e faz tanto sentido com o que acabei de escrever :) aqui http://letrasecronicas.blogspot.pt/2012/10/semana-23-tamanho-acima.html.

    Citei-te neste post, espero que não te importes :)
    Está a acontecer-me exatamente o mesmo. Há 8 kilos atrás achava que não estava mal, agora que estou mais magra, acho que ainda posso melhorar. Já quase não tenho roupa que me sirva, mas acho que se perder mais 6 ou 7 quilos não seria nada mau!

    Beijinhos*

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  2. Eu, como acho que já escrevi aqui, só consegui perder peso quando deixei de pensar nisso e de me esforçar para isso. O nascimento do meu filho, por incrível que pareça, ajudou. Porque deixei de ter "daqueles" apetites por coisas doces e estados de alma que só se acalmam com um bom chocolate (no primeiro ano só tinha sono, era a única coisa que me motivava). Porque o gajo bebia leite que se fartava, porque não me dava sossego ou tempo para almoçar ou jantar e, mais tarde, porque não parava quieto. Continua irrequieto, mas já anda bem pelo pé dele. Eu habituei-me a comer menos.

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